Quantos pássaros passaram
Por um homem distraído
Que pensava em outras coisas
Quaisquer e não se deu conta
Quantos pássaros passaram?
Há uma memória anterior
Às memórias todas
Das pessoas todas
Que tem memória:
Quantos pássaros passaram
Não é um número perdido,
Todos os números são exatos,
Todos os números sabem bem
Onde estão – quantos pássaros
Passaram é a mesma coisa
Que vi escondido em um jardim
Quando eu era pequeno
E já não me lembro... Quantos
Pássaros passaram é as coisas
Que eu disse e não recordo,
É o que comi na manhã
De doze de janeiro de mil
Novecentos e noventa e oito
E não recordo. São as lembranças
Que não tenho, mas tenho:
Estão elas guardadas todas
Em um lugar muito bonito
Que é a onisciência da vida.
Quantos pássaros passaram
E eu não me dei conta?
Simplesmente não sei.
Esta é a poesia mais madura
Que eu já te escrevi... Tens tu
Os teus pássaros também, os que tu
Te lembras, os que tu não te recordas...
A questão agora, meu amor, meu primeiro
Amor consumado, não são os pássaros
Que recordamos ou aqueles que esquecemos:
Importa somente a revoada toda, toda ela
Um conjunto, pura, indomada, escrita à mão
Por alguém que sabe de todos os destinos
Migratórios das memórias...
Por um homem distraído
Que pensava em outras coisas
Quaisquer e não se deu conta
Quantos pássaros passaram?
Há uma memória anterior
Às memórias todas
Das pessoas todas
Que tem memória:
Quantos pássaros passaram
Não é um número perdido,
Todos os números são exatos,
Todos os números sabem bem
Onde estão – quantos pássaros
Passaram é a mesma coisa
Que vi escondido em um jardim
Quando eu era pequeno
E já não me lembro... Quantos
Pássaros passaram é as coisas
Que eu disse e não recordo,
É o que comi na manhã
De doze de janeiro de mil
Novecentos e noventa e oito
E não recordo. São as lembranças
Que não tenho, mas tenho:
Estão elas guardadas todas
Em um lugar muito bonito
Que é a onisciência da vida.
Quantos pássaros passaram
E eu não me dei conta?
Simplesmente não sei.
Esta é a poesia mais madura
Que eu já te escrevi... Tens tu
Os teus pássaros também, os que tu
Te lembras, os que tu não te recordas...
A questão agora, meu amor, meu primeiro
Amor consumado, não são os pássaros
Que recordamos ou aqueles que esquecemos:
Importa somente a revoada toda, toda ela
Um conjunto, pura, indomada, escrita à mão
Por alguém que sabe de todos os destinos
Migratórios das memórias...
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