Os últimos jasmins vivos
Já no começo do outono
Sabem que não tem muito
Tempo adiante. Sabem:
Ainda assim, gozam. Não
Reclamam o fim do calor
Que lhes sustentava os corpos,
Não agonizam o momento seguinte,
O futuro tem algo de incerto
- Eis aqui a beleza do futuro!
Gozam! Gozam tanto e tão profundo,
Tanto a morte que virá quanto a vida
Que vai, gozam tanto e tão profundo
Que se desfazem todos em cheiros
Obscenamente doces, cheiros
Que envenenam os caminhos,
E quem passa
Sequer pensa...
Gozam tanto e tão profundo
Que me contagiam com seus exemplos:
Já no começo do outono fenecem,
Mas se deitam ao chão de gramas verdes
Com leveza tamanha
Que até diante dos meus olhos
A morte perde a importância.
Obrigado por este ensinamento:
Morrer em paz a cada segundo,
Mas exalar beleza como quem suspira
Ou se espreguiça ou faz algo profundamente
Natural... Os últimos jasmins vivos
No começo do outono são saudosos,
É claro, do mormaço estupendo e forte
Do verão que os pariu: não reclamam, gozam.
Eis eu como os jasmins vivos,
A saudade que sinto não é dor:
É uma oração silenciosa e grata
- Embeleza a minha vida como um campo
Coberto de pétalas brancas.
Já no começo do outono
Sabem que não tem muito
Tempo adiante. Sabem:
Ainda assim, gozam. Não
Reclamam o fim do calor
Que lhes sustentava os corpos,
Não agonizam o momento seguinte,
O futuro tem algo de incerto
- Eis aqui a beleza do futuro!
Gozam! Gozam tanto e tão profundo,
Tanto a morte que virá quanto a vida
Que vai, gozam tanto e tão profundo
Que se desfazem todos em cheiros
Obscenamente doces, cheiros
Que envenenam os caminhos,
E quem passa
Sequer pensa...
Gozam tanto e tão profundo
Que me contagiam com seus exemplos:
Já no começo do outono fenecem,
Mas se deitam ao chão de gramas verdes
Com leveza tamanha
Que até diante dos meus olhos
A morte perde a importância.
Obrigado por este ensinamento:
Morrer em paz a cada segundo,
Mas exalar beleza como quem suspira
Ou se espreguiça ou faz algo profundamente
Natural... Os últimos jasmins vivos
No começo do outono são saudosos,
É claro, do mormaço estupendo e forte
Do verão que os pariu: não reclamam, gozam.
Eis eu como os jasmins vivos,
A saudade que sinto não é dor:
É uma oração silenciosa e grata
- Embeleza a minha vida como um campo
Coberto de pétalas brancas.
Que bom poder apreciar a efemeridade da vida nestes versos. Belo poema!
ResponderExcluirTua apreciação é um presente pra mim, amiga. Grato!
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