Mistério do silêncio
Das manhãs cálidas
Do meu pátio amigável:
Qual segredo carregam
Nos bicos os pássaros,
Qual conhecimento
As plantas têm no verde,
Qual a idade, quantas coisas
Viu a terra dos meus canteiros,
A terra logo embaixo
Dos meus pés?
Ah, mãe que me abrigarás novamente,
Cobertor do meu cadáver frio,
Sábia nos rituais iniciáticos da morte:
Como o mestre fez com o pão e o peixe,
Quantas bocas alimentarás
Com minha carne e meu sangue?
Ah, terra que irás me abrigar,
Podes perceber a beleza que há
Em deixar pra trás a fantasia,
Em despir a máscara quando se acaba
O baile de máscaras e sabemos, suspirantes,
Que nada é pra sempre, mas que o fim das coisas
É uma delusão desinteressante?
Mistério do silêncio
Das manhãs cálidas como carícias
De uma moça na minha face,
Como as mãos de uma moça,
Suaves, na minha face...
Confio no mistério como quem estás prestes
A receber um beijo! O silêncio é o bastante!
Se a face desnuda de deus não foi capaz
De assustar aos pássaro, criaturas tímidas,
Por que assustaria eu, que sou tão criatura
E tão tímido quanto? Encaro meu pátio
E suas incógnitas: candura da natureza,
És brusca e divina, leve, sem pressa
- E eu um tolo que ousa
Questionar motivos...
Mistério do silêncio, vou me deixar levar,
Pois cada dia que vem é único, não volta,
E estas manhãs passarão com todo seu significado
Oculto e sua matéria palpável. Ser é passar:
Eu passo, por isso fico, e me dou
À terra aos poucos.
Das manhãs cálidas
Do meu pátio amigável:
Qual segredo carregam
Nos bicos os pássaros,
Qual conhecimento
As plantas têm no verde,
Qual a idade, quantas coisas
Viu a terra dos meus canteiros,
A terra logo embaixo
Dos meus pés?
Ah, mãe que me abrigarás novamente,
Cobertor do meu cadáver frio,
Sábia nos rituais iniciáticos da morte:
Como o mestre fez com o pão e o peixe,
Quantas bocas alimentarás
Com minha carne e meu sangue?
Ah, terra que irás me abrigar,
Podes perceber a beleza que há
Em deixar pra trás a fantasia,
Em despir a máscara quando se acaba
O baile de máscaras e sabemos, suspirantes,
Que nada é pra sempre, mas que o fim das coisas
É uma delusão desinteressante?
Mistério do silêncio
Das manhãs cálidas como carícias
De uma moça na minha face,
Como as mãos de uma moça,
Suaves, na minha face...
Confio no mistério como quem estás prestes
A receber um beijo! O silêncio é o bastante!
Se a face desnuda de deus não foi capaz
De assustar aos pássaro, criaturas tímidas,
Por que assustaria eu, que sou tão criatura
E tão tímido quanto? Encaro meu pátio
E suas incógnitas: candura da natureza,
És brusca e divina, leve, sem pressa
- E eu um tolo que ousa
Questionar motivos...
Mistério do silêncio, vou me deixar levar,
Pois cada dia que vem é único, não volta,
E estas manhãs passarão com todo seu significado
Oculto e sua matéria palpável. Ser é passar:
Eu passo, por isso fico, e me dou
À terra aos poucos.
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