Escrever
Por escrever, amar
Por amar, flores
Que brotem por brotar
Apenas: não me vejam,
Não sou nada, meus versos
São tudo.
Se preocupa a rosa
Em saber se alguém a vê?
É bela, ainda assim.
Sem motivos à beleza,
Porém, senão ser bela
E exalar o que é.
Ah, me deixem ser como flores!
Me deixem ser como flores
Que mostram pétalas lindas:
Se as olhares de perto saberás
Dos muitos rasgos nas fibras
Comidas por insetos, das securas
Dos verdes que não podem ser
Analisadas senão de perto,
Das tristezas de um outono que virá
E de um inverno longo após.
Se olhares de perto, saberás dos muitos
Defeitos: são tantos, inúmeros, que são o mesmo
Que nenhum, a soma tão grande
Que é igual a zero. Ao conjunto de defeitos
Chamamos perfeição.
Ser por ser apenas. Ser com tamanha profundidade
Que não diria ser, mas estar. A possibilidade de tudo isto:
Eis aqui a verdadeira beleza e a verdadeira perfeição.
E lembremos a figura daquele monge do oriente distante,
E lembremos que ele passou toda uma vida procurando a flor
Sem imperfeições, e não esqueçamos que quando ele morria
Lentamente em meio a um jardim de cerejeiras percebeu:
São perfeitas todas elas.
Fareje as flores, não olhes, porque são enganos
Os olhos. Fareje as flores, não olhes por um segundo sequer:
Serás inteiro tomado pelo perfume que nunca percebeste e,
Por fim, perceberás.
Por escrever, amar
Por amar, flores
Que brotem por brotar
Apenas: não me vejam,
Não sou nada, meus versos
São tudo.
Se preocupa a rosa
Em saber se alguém a vê?
É bela, ainda assim.
Sem motivos à beleza,
Porém, senão ser bela
E exalar o que é.
Ah, me deixem ser como flores!
Me deixem ser como flores
Que mostram pétalas lindas:
Se as olhares de perto saberás
Dos muitos rasgos nas fibras
Comidas por insetos, das securas
Dos verdes que não podem ser
Analisadas senão de perto,
Das tristezas de um outono que virá
E de um inverno longo após.
Se olhares de perto, saberás dos muitos
Defeitos: são tantos, inúmeros, que são o mesmo
Que nenhum, a soma tão grande
Que é igual a zero. Ao conjunto de defeitos
Chamamos perfeição.
Ser por ser apenas. Ser com tamanha profundidade
Que não diria ser, mas estar. A possibilidade de tudo isto:
Eis aqui a verdadeira beleza e a verdadeira perfeição.
E lembremos a figura daquele monge do oriente distante,
E lembremos que ele passou toda uma vida procurando a flor
Sem imperfeições, e não esqueçamos que quando ele morria
Lentamente em meio a um jardim de cerejeiras percebeu:
São perfeitas todas elas.
Fareje as flores, não olhes, porque são enganos
Os olhos. Fareje as flores, não olhes por um segundo sequer:
Serás inteiro tomado pelo perfume que nunca percebeste e,
Por fim, perceberás.
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